Educação

Educação Participativa: O caminho para educar a emoção

A sociabilidade do ser humano é desenvolvida ao longo da vida e a primeira experiência social é o aleitamento materno, uma vez que há dependência total da mãe, dando não só o alimento mas também o colo para que a criança possa se alimentar de modo confortável.

 

A ligação entre a sociabilidade e a emoção

 

No mundo onde o instinto fala mais alto o individualismo prevalece, mas onde a emoção grita o que prevalece é a dependência. Quanto maior o individualismo, maior a solidão, e se ambos se juntam as portas da felicidade se fecham.

 

Caminhar sozinho, ser autossuficiente, não ajuda em nada na gestão da emoção.

 

Ao se sociabilizar, fazer amigos, se relacionar com as pessoas não só no ambiente de trabalho mas fora dele, você está exercitando a emoção, está tendo uma vida participativa, e uma vida participativa faz com que você viva diferentes emoções e compartilhe de experiências capazes de gerar emoções em você e em quem está ao seu redor.

 

Independente de qual for a esfera social, ter uma vida e gestão participativa fará com que as soluções para os problemas se expandam.

 

SPA nas escolas

 

SPA é a sigla para Síndrome do Pensamento Acelerado, que é a síndrome geradora da ansiedade.

 

É muito comum vermos alunos agitados nas escolas hoje em dia. Essa agitação não acontece apenas no intervalo para o recreio, mas durante as aulas e eventos.

 

A SPA é causada porque as crianças não conseguem desligar suas mentes, desacelerar seus pensamentos.

 

Crianças com SPA possuem uma tendência a terem baixa capacidade de pensar antes de reagir e também procurar novos estímulos para gerar excitação na emoção que não está satisfeita com o que está acontecendo. Por isso tornam o ambiente tumultuado.

 

Os professores devem estar preparados não só para ensinar português, matemática, história e outras matérias da grade, mas para ensinar os alunos a gerirem suas emoções, a desacelerarem seus pensamentos.

 

Como realizar uma educação participativa

 

Hoje os alunos são meros expectadores dentro das salas de aula. Os professores falam eles ouvem, os professores escrevem eles copiam – ou tiram fotos, já que estamos na era dos smatphones – os professores se calam eles se agitam.

 

Enquanto os professores estão explicando algo os alunos estão com milhares de pensamentos passando em suas mentes, pensamentos esses que podem ou não ter relação com o tema abordado pelo professor.

 

A educação participativa é capaz de envolver os alunos, fazer com que eles se sintam importantes no processo educacional, dando a eles voz e liberdade de expressão.

 

Deixar que os alunos participem mais expondo suas ideias, opiniões, questionando não só seus colegas mas também os professores.

 

Os alunos só se comprometerão de fato com a escola, com o processo de aprendizado a partir do momento em que se comprometerem com ele.

 

Alunos sentem a necessidade de falar, de se expressar, por isso vivem agitados, conversando durante as aulas. Ao dar a eles espaço para se expressarem, os professores estão realizando uma educação participativa e ajudando na educação da emoção desses alunos.

 

“Aluno excelente não é aquele que tira notas excepcionais, mas aquele que aprende a pensar e que educa sua emoção para respeitar seus pares, para ser solidário, para emitir opiniões, para refletir sobre as ideias recebidas.” – Augusto Cury

 

Cabe aos professores e pais estimar os alunos e filhos a participarem mais, expressarem seus sentimentos, seus pensamentos.

 

Ao colocar o aluno apenas como ouvinte, está sendo cultivada a timidez, mesmo que o aluno demonstre sinais de ansiedade.

 

Um aluno tímido vai pensar e falar pouco, vai se reprimir e ao chegar à vida adulta se tornará muito bom para as pessoas, muito gentil e tolerante, mas para ele mesmo será péssimo, exigente e rígido.

 

A educação participativa e a educação da emoção precisam andar juntas para que seja possível desenvolver nos alunos as inteligências múltiplas.

 

Você professor e pai não deixe que as crianças se tornem expectadores da vida. Faça delas coadjuvantes, dêem o espaço necessário para que elas possam se expressar, contribuir com a sociedade, se emocionar.

 

O jogo das perguntas

 

Quero fechar esse artigo com uma sugestão de exercício fácil de ser aplicado e que ajudará no processo de educação da emoção tanto para pais quanto para professores.

 

As perguntas são grandes promotoras da educação da emoção, e o jogo das perguntas tem a finalidade de colocar as crianças para pensar e estimular as emoções.

 

Você pode colocar as crianças em duplas ou então em um círculo e a única regra do jogo é:

 

Todas as respostas devem ser dadas com perguntas.

 

Veja um exemplos:

 

  • CRIANÇA 1: Hoje está quente ou frio?
  • CRIANÇA 2: O que é quente pra você?
  • CRIANÇA 1: Por que está sentindo calor?

 

E assim vai se desenvolvendo. No começo as crianças podem ter dificuldades de formular as perguntas, e isso será normal, pois elas estão acostumadas apenas a formular respostas objetivas ou ouvir sem se envolver.

 

E por fim, independente de qualquer situação não se esqueça de elogiar seus alunos e filhos. Seja um mestre do elogio, cuide da autoestima do seu filho e de seus alunos para que eles tenham uma emoção saudável e não cheguem à vida adulta como expectadores dessa vida extraordinária a qual fomos criados para viver.

 

Jonathan Lamim